Prisão de Fernando Collor reativa o fantasma da Lava Jato

A prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, decretada na noite desta quinta-feira (24/4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), trouxe de volta à tona o fantasma da Operação Lava Jato, que muitos julgavam enterrado.
Collor havia sido condenado em 2023 a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção no escândalo da BR Distribuidora, atual Vibra, investigado pela Lava Jato. Segundo a decisão, ele teria recebido R$ 20 milhões em propinas durante governos do PT. Sua condenação foi baseada, entre outras provas, na delação premiada de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC Engenharia.
O ex-presidente foi detido pela Polícia Federal em Maceió, enquanto tentava embarcar para Brasília para se entregar espontaneamente. Ele segue custodiado na sede da PF em Alagoas, aguardando decisão sobre possível transferência para Brasília. A prisão deverá ser referendada em sessão virtual extraordinária do STF convocada por Moraes, marcada para esta sexta-feira (25/4).
Diferentemente do ex-presidente Lula, que cumpriu pena em cela especial da PF em Curitiba, Collor deverá iniciar o cumprimento de sua pena na penitenciária da Papuda, caso a decisão de Moraes seja confirmada.
O episódio marca um novo capítulo para a Lava Jato, que volta ao centro do noticiário também devido ao recente asilo concedido à ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por corrupção no âmbito da mesma operação.
Em nota, a defesa de Collor confirmou a prisão e afirmou que o ex-presidente se deslocava voluntariamente para Brasília para cumprir a decisão judicial.