Hugo Motta na berlinda: pressão por projeto de Anistia aumenta após mudança de discurso
Presidente da Câmara enfrenta desgaste político após recuar em apoio à urgência da proposta que beneficia acusados dos atos de 8 de Janeiro.

Independentemente do número de manifestantes reunidos neste domingo (6) na Avenida Paulista, o deputado e presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), já sente o aumento da pressão política em torno do projeto de Anistia. A proposta, que beneficia os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, volta ao centro das atenções após o parlamentar recuar em sua postura inicial.
Ao assumir o cargo, Motta criticou os excessos do Supremo Tribunal Federal — especialmente do ministro Alexandre de Moraes — e deu sinais de que priorizaria a tramitação do projeto. No entanto, pouco antes de viajar ao Japão com a comitiva presidencial, mudou o tom, afirmando não ver perseguição política no país, o que contraria a principal justificativa dos defensores da proposta.
De volta ao Brasil, Motta desestimulou a assinatura de líderes partidários a favor da urgência na votação. A oscilação no discurso gerou críticas, levantando suspeitas de que ele estaria cedendo à pressão conforme a conjuntura política.
Diante disso, a oposição decidiu alterar sua estratégia. Em vez de contar com os líderes, agora busca apoio direto dos parlamentares. Segundo o PL, mais de 190 assinaturas já foram recolhidas, das 257 necessárias para forçar a votação em regime de urgência — e isso antes mesmo da manifestação na Paulista. A temperatura política promete subir nos próximos dias.