Política

Governo aposta em reunião com Hugo Motta para barrar avanço do PL da Anistia

Lula e Gleisi Hoffmann tentarão convencer líderes da base sobre os riscos políticos e jurídicos do projeto, visto como tentativa de beneficiar Bolsonaro

O Palácio do Planalto está confiante de que a reunião entre o presidente Lula, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários da Casa, marcada para após o feriado da Páscoa, será decisiva para conter o avanço do projeto de lei da anistia. A proposta tem sido vista com preocupação pelo governo, que enxerga nela uma ameaça à estabilidade institucional e uma possível tentativa de beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no inquérito do golpe.

Segundo assessores presidenciais, tanto Lula quanto a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, aproveitarão o encontro para alertar os líderes da base aliada sobre o que chamam de “gravidade política, jurídica e institucional” do projeto.

“A estratégia do governo não é de retaliação, mas de diálogo. Vamos mostrar aos deputados os riscos que esse projeto representa para o país”, afirmou Gleisi à imprensa na semana passada.

Nos bastidores da Câmara, deputados governistas também articulam para que o requerimento de urgência do PL da Anistia seja engavetado. A justificativa é de que há mais de dois mil pedidos de urgência na fila de votação da Casa — um argumento que pode ajudar a frear o avanço da proposta sem necessidade de um embate direto.

A movimentação do Planalto vem após o modelo bem-sucedido de encontro com senadores no início de abril, quando Lula se reuniu com Davi Alcolumbre (União-AP) e demais líderes no Senado para tratar da relação entre Executivo e Legislativo.

Agora, o foco do governo é repetir a fórmula com a Câmara e tentar garantir que o projeto da anistia perca força antes mesmo de chegar ao plenário.

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