Familiares de presos do 8 de janeiro articulam greve de fome no Congresso para pressionar Hugo Motta
Ação visa acelerar a tramitação do PL da Anistia, em meio à pressão política após abertura de ação penal contra Bolsonaro no STF.
Familiares dos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023 estão organizando uma greve de fome no Congresso Nacional como forma de pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar com urgência o Projeto de Lei da Anistia. A ação foi apelidada de “solução Glauber Braga”, em referência ao protesto do deputado do PSOL-RJ, que permaneceu nove dias em greve de fome e conseguiu o adiamento da votação de sua cassação.
A mobilização ganha força em meio à decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a abertura de ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas por tentativa de golpe de Estado.
A oposição já protocolou requerimento de urgência para a votação do projeto, que conta com 262 assinaturas — número superior ao necessário — incluindo parlamentares da base governista. Cabe agora a Hugo Motta decidir se colocará o PL em pauta.
A próxima reunião do colégio de líderes da Câmara está marcada para quinta-feira, 24 de abril, e pode ser decisiva para o futuro do projeto. Enquanto isso, governistas se mobilizam para barrar a tramitação, enquanto líderes da oposição buscam novas estratégias de pressão.
A expectativa é que o movimento dos familiares influencie diretamente a postura de Motta e teste se ele manterá a mesma coerência demonstrada no caso de Glauber Braga, ou se adotará “dois pesos e duas medidas” diante do tema sensível.
