Deputados do PSOL acusam Arthur Lira de interferência na cassação de Glauber Braga
Aliados apontam articulações nos bastidores e criticam conivência de Hugo Motta após aprovação do parecer no Conselho de Ética
Deputados do PSOL e de partidos aliados acusam o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de articular nos bastidores a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), aprovada nesta quarta-feira (9) pelo Conselho de Ética da Câmara. Eles também criticaram a postura do presidente em exercício da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), por suposta conivência com Lira.
A bancada do PSOL estranhou a mudança de postura do relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), que inicialmente indicaria uma suspensão de três meses, mas acabou recomendando a cassação. Segundo aliados de Glauber, a mudança teria ocorrido após pressão direta de Arthur Lira.
Durante a votação do relatório, Glauber Braga anunciou greve de fome e afirmou que permanecerá na Câmara até o fim do processo. Ele ainda pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caso o recurso seja negado, a decisão final caberá ao plenário, onde são necessários 257 votos para a cassação do mandato.
Outro ponto de tensão foi a decisão de Hugo Motta de atrasar o início da ordem do dia no plenário, impedindo que a sessão do Conselho de Ética fosse encerrada sem a votação. Segundo o PSOL, a manobra favoreceu a conclusão do processo naquele mesmo dia.
