Campina Grande

A duvidosa denuncia cobrança de dalton

O médico e empresário (bem sucedido) Dalton Gadelha, apesar de ter um sistema de comunicação (TV Itararé), procurou o jornalista Carlos Souza, da rádio Correio FM, para através de uma entrevista cobrar publicamente um débito de 33 milhões de reais da PMCG, segundo ele em atraso com o Hospital Help, valores correspondentes a serviços prestados.

O grave nas palavras de Dalton foi levantar suspeitas sobre a integridade, honestidade, e probidade do prefeito Bruno Cunha Lima, destacando que os valores devidos correspondem a “recursos carimbados”.

Para aqueles que ignoram a burocracia governamental e sua linguagem técnica, “recursos carimbados” têm destinação específica. Se estes 33 milhões de reais chegaram aos cofres públicos do município de Campina Grande, “grifados” para pagamento dos serviços prestados pelo Hospital Help, o prefeito não pode aplicá-los em outra rubrica, mesmo sendo da Saúde. Cometeria crime de responsabilidade fiscal. Perda do mandato, multa e devolução ao erário. Quem primeiro responderá pelo dano é o Secretário da Pasta, ordenador de despesas.

O Secretário Municipal de Saúde, Dunga Júnior, em resposta a cobrança de Dalton, ontem (19/03/2025), apresentou uma planilha de pagamentos ao Help em 2024 (ano passado) no valor de 44 milhões de reais, correspondente a mais de 10% dos 400 milhões do orçamento Municipal da Saúde. Para que não paire dúvidas, cabe a Dalton apresentar um relatório minucioso, com nomes de pacientes, datas e atendimentos, que correspondam aos valores cobrados de 33 milhões de reais.

Não estamos levantando dúvidas ou suspeitas sobre as partes envolvidas no contencioso. Pelo contrário, a sugestão é apurar os fatos com transparência, legitimando os argumentos das partes.

Na contraofensiva de hoje (20/03/2025) Dalton Gadelha apresenta um ofício assinado pelo Secretário Dunga Júnior no mês de Junho de 2024, solicitando liberação “carimbada” de uma emenda no valor de 6.171.000,00 e não de 33 milhões de reais. Se foram pagos 44 milhões em 2024, após a solicitação do Secretário, por que deixaram de fora estes 6,0 milhões? Cabe a Dalton mostrar os demais ofícios encaminhados por Dunga Júnior, “carimbando” com destinação específica os 27 milhões restantes da conta cobrada.

Toda esta celeuma é “malandragem” dos parlamentares. Eles sabem que não podem destinar ou carimbar “Emendas de Comissão”.

As emendas individuais e impositivas PIX, foram pagas. As “Emendas de Comissão”, postas no Orçamento, são recursos para complementar os programas do governo, destinados às Fundações Municipais de Saúde. Não prioriza entidades.

Este imbróglio levou o ministro Flávio Dino a suspender seus pagamentos. Identificou que por trás das emendas havia parlamentares (espertos) cobrando reciprocidade pela ação, quando já tinham sido atendidos com a liberação de suas próprias Emendas Individuais.

O governo criou diversos programas, não teve e nem terá recursos para mantê-los. Celebrou acordo com o Parlamento para destinar os recursos das “Emendas de Comissão” – que não são impositivas – para suprir as demandas. Se algum parlamentar pôs uma Emenda de Comissão para o Help, assegurando serem “recursos carimbados”, ludibriou a boa-fé de Dalton. Além de não serem impositivas, os recursos são contingenciados, sem prazo para liberação e sem destinação específica.

Quem ainda não viu na TV o clamor da rede hospitalar das Santas Casas? O governo federal afirma que envia dinheiro. Mas, as Fundações Municipais de Saúde não repassam o suficiente para atender as demandas de manutenção desta dezena de nosocômios filantropos.

Fonte: https://apalavraonline.com.br/a-duvidosa-denuncia-cobranca-de-dalton/

Botão Voltar ao topo